quinta-feira, 17 de setembro de 2009

As Aventuras de Adilson em Manaus - Final

Era uma bela manhã de quinta-feira. Adílson já tinha assistido o DVD de "Stallone Cobra" 27 vezes e estava começando a ver pela 28ª vez. Berinaldo chega na sala com uma xícara de café na mão.




- Adílson, porra, tu não cansa desse filme?

- Isso é clássico, mano! Isso é muito do caralho! Eu quase choro com essas falas. O Stalione é FODA!

- Tá. E como foi lá na Dona Vilmara?

- Uma merda. Ela é uma macumbeira de merda.

- Por quê?

- A mulher não sabe de nada. Tudo que eu perguntava ela não sabia. E ela tem uma empregada que me confundiu com vendedor de tapete. Ainda afogo aquela velha no diesel!

- Se você não gostou, paciência. O engraçado é que eu ligo pra lá e ninguém atende. Nem no celular a Vilmara tá atendendo. Que estranho...

- A vida é estranha, mano. Mas e aquele puteiro? Quando rola?

- Ah, era isso que eu ia falar contigo: a puta que tu vai amar chega hoje. As duas que eu quero traçar também. Hoje é o dia!

- Demorô. Que horas a gente sai?

- Pelas 10 da noite. Tá bom pra você?

- Show! Não aguento mais bater punheta.

- Então fechou.



Pelas 10 da noite Adílson já estava pronto. Ele vestia uma camiseta com propaganda de posto de gasolina, uma calça jeans surrada e sapatos sociais pretos. Berinaldo resolveu não criticar a roupa do primo e seguiu calado para a garagem. Adílson já foi entrando na Kombi da prefeitura. Berinaldo fica nervoso.



- Porra, na Kombi da prefeitura? Cara, tu é sem noção! Não quero ser preso contigo! Vai na Kombi que eu vou no meu carro, fala sério!

- Mimimimi! Deixa de chorar, frescote. Entra nessa porra.



A contragosto, Berinaldo entra na Kombi. Adílson acelera e sai pela rua na contramão.



Trinta minutos depois eles chegam no puteiro. A fachada do puteiro era bonita, lembrava até uma boate da moda. Um flanelinha se aproxima da Kombi.



- Aê, doutor, a Kombi vai ficar bem vigiada!



Adílson pega a cabeça do flanelinha e bate ela com toda força no capô de um carro que estava estacionado ao lado. O flanelinha cai no chão desmaiado.



- [Berinaldo] Porra, pra que você fez isso??

- Estou com tesão. Tô tenso. E só homem vigia carro meu.

- Ai, ai...



Berinaldo e Adílson entram no puteiro. Berinaldo cumprimenta uma morena de mini-saia e chama ela para conversar em um canto. Adílson senta na mesa vazia mais próxima e chama o garçom.



- [Adílson] Ô pinguim, chega aí!



O garçom se aproxima e vai limpando a mesa.



- O que vai ser, chefe?

- PITU. Traz logo a garrafa.

- PITU? O que é isso?

- Você não sabe o que é PITU? TU NÃO SABE O QUE É PITU, PORRA??

- É, não senhor! Me descul...

- [Batendo na mesa] Sai da minha frente, chupador de boto!



O garçom se afasta apressado. Logo em seguida chega Berinaldo acompanhado de uma baranga medonha.



- Adílson, essa é a Lucíola. Essa é a moça que eu te falei. É do jeito que você curte!



Lucíola era baixinha, gorda, tinha estrias negras nos seios e celulites por toda a perna. As pernas, por sinal, eram cobertas de longos pêlos oxigenados. Ela também tinha uma pequena e charmosa cicatriz cor de beterraba no queixo.



- [Berinaldo] Vou deixar você sozinho com ela. Vou ali que as minhas minas chegaram. Boa sorte, filhote!



Adílson pede para Lucíola se sentar e inicia um papo romântico.



- Tu é o meu tipo. Adoro celulite! Mas o que tu sabe fazer?

- Como assim?

- Na cama, porra! O que tu faz? Chupa? Engole? Libera o rabo?

- Faço tudo.

- Tudo o quê?

- Beijo na boca, dou o cu, chupo, engulo porra, lambo cu e faço fio-terra. Também gosto de dar tapa na cara e levar umas porradas.

- Só isso?

- Também gosto de falar putaria na orelha e arranhar as costas de quem me come. E arranhar com força!

- Só isso?

- Porra, tu queria mais o quê?!

- Isso é básico demais, filhota.

- Mas comigo é diferente. Eu faço de um jeito especial. Todo mundo q experimenta comigo acaba voltando.

- É?

- É!

- Tem quarto aqui nessa porra?

- Tem lá em cima.

- Bora nessa!



Adílson puxa Lucíola pelo pescoço e sobe as escadas. Antes de entrar no quarto, Adílson já estava sem camisa e desabotoando a calça.



- [Lucíola] Será que dava pra tirar a roupa no quarto?

- [Enfiando o dedo na bunda da moça] Aqui é raça!



Adílson entra no quarto e pula em cima de Lucíola para arrancar suas roupas. Ela o empurra na cama e faz cara feia.



- CALMA! Comigo é diferente. Tem que rolar um clima gostoso.

- Clima?



Lucíola liga o toca-cd. O som de Kenny G invade o ambiente. A baranga acende um incenso, tira a roupa e fica apenas de calcinha.



- [Adílson] Que som de viado é esse aí?

- É música romântica. Diga que me ama!

- Ah, porra...bora fuder logo.

- CALMA! Cal-ma! Agora vou fazer uma massagem. É a "massagem manauara". Você vai ficar relaxado e cheio de tesão. Vai falando algo romântico, vai...

- Quero comer seu cu.



Lucíola finge que não escutou e pega um pote de óleo. Ela pede para Adílson ficar de costas e joga uma boa quantidade de óleo nas costas dele.



- [Adílson] Que porra é essa agora?

- Óleo de cupuaçu. Relaxa, gato. Você é muito nervoso.

- Dá pra fazer essa massagem com sua buceta?

- Não! Agora respira fundo...



Lucíola sobre em cima das costa de Adílson e se senta de joelhos. Com os dedos ela pressiona atrás das orelhas do brucutu, enquanto os joelhos pressionam sua coluna.



- [Adílson] Caralho, essa porra tá doendo!

- Re-la-xa. Você vai ficar calminho.

- Calminho no teu rabo! Essa porra tá machucando. SAI DE CIMA, CARALHO!

- Mas você é nervosinho, hein?



Lucíola se levanta nervosa e abre o armário. Ela tira uma garrafa de Campari lá de dentro e se aproxima de Adílson. Ela joga Campari nos peitos e faz uma cara sensual.



- Gato, lambe a bebida no meu corpo, vai!

- Campari é bebida de puta. Nem pagando eu encosto a boca nisso aí.

- Então me faz outra coisa pra me esquentar.

- O quê?

- Me beija...



Adílson dá um tabefe em Lucíola e a joga na cama.



- [Adílson] Essa é a "massagem pernambucana". Curtiu?

- ...



Adílson pega o toca-cd e o joga contra a parede. O aparelho espatifa em vários pedaços.



- [Adílson] O único som que você vai ouvir é o couro da minha pica fazendo música.



Adílson pula na cama e rasga a calcinha de Lucíola com os dentes. Em seguida ele parte logo para a penetração. Vaginal, anal e tabefe. Anal, tabefe e vaginal. Anal, anal e tabefe. Tabefe, tabefe e tabefe. Anal e vaginal.



- [Lucíola] Ai, chega! CHEGA! NÃO AGUENTO MAIS LEVAR TAPA NA CARA!!! E MEU CU TÁ DOENDO!!!

- Já pediu arrego? Você não curtia tapa na cara, frescona?

- Frescona? Caralho, tem quase duas horas que você me come e não goza! E você só me dá porrada! CHEGA!!! AIII!!!!



Adílson se levanta e veste a roupa.



- [Adílson] Teu dinheiro tá naquela mesinha de canto. Só vou dar a metade. Inté.

- [Sem graça] Mas...



Adílson sai do puteiro pisando duro e se dirige para o Kombi. Ele sai do local cantando pneu e volta para casa de Berinaldo.



Na manhã seguinte, Berinaldo chega em casa cansado e nervoso. A porta estava arrombada, para variar. "Adílson! Adílson!", gritava Berinaldo. "Quié, caralho?", gritou Adílson do banheiro. Berinaldo se dirige para o banheiro, que estava trancado.



- PORRA, ADÍLSON! Por que você me deixou sozinho no puteiro?

- Aquela puta me encheu os bagos. Vazei de lá.

- E custava me avisar que você tava indo embora? Porra, tive que voltar de táxi!

- É a vida.



Adílson sai do banheiro segurando uma bolinha de papel higiênico. Berinaldo olha para seu primo e fica surpreso.



- Adílson, cadê teu bigode??

- Raspei.

- Nunca te vi sem bigode. O que deu em você pra você fazer isso?

- Enchi dessa cidade! Quero sair daqui e esquecer dessa merda toda. Vou deixar uma lembrança pra essa porra de lugar. Tô indo nessa.

- Você reclama demais, primo. O que tem nessa bola de papel?

- Meu bigode! Macumbeiras de merda, putas de merda, táxis de merda...tô vazando.

- Vai devolver a Kombi da prefeitura?

- Não. A gente se fala. Falous...e fibra nessa porra!



Adílson bota sua velha mochila jeans no ombro e entra na Kombi da prefeitura. Ao se dirigir para o aeroporto, joga a bolinha de papel higiênico (com seu bigode raspado dentro) no rio Amazonas. Ele larga a Kombi em um estacionamento e corre para pegar seu vôo.



No dia seguinte, a água do rio Amazonas começa a borbulhar. Na sequência, ondas de 15 metros vindas do rio castigam Manaus e cidades ribeirinhas. Em 20 minutos Manaus já estava alagada por um tsunami amazônico. Peixes pulavam da água semi-cozidos e corpos boiavam por toda parte. Cientistas de todo mundo tentavam entender esse misterioso fenômeno.


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