terça-feira, 8 de setembro de 2009

As Aventuras de Adilson em Manaus parte 03



Já eram 18:40. Adílson chega na casa de Berinaldo dirigindo a Kombi da prefeitura e, logo atrás dele, um caminhão guincho carregava o Ômega vinho de Berinaldo. Adílson vestia um terno caro e estava com as mãos esfoladas. Berinaldo sai de casa e se espanta com a cena.
- Já chegou?

- É. Taí a porra do seu carro.

- Tá. Mas...onde você achou esse terno? Você não saiu daqui pelado?

- Não interessa.



O motorista do caminhão guincho se aproxima de Adílson.



- E o pagamento, chefe?

- Depois gente acerta. Tu tá me devendo aquela parada. Se vacilar, o pau come.

- [Arregalando os olhos] Tá beleza...



O motorista entra no caminhão e vai embora. Berinaldo continua a conversa:



- Adílson, você vai mesmo continuar dirigindo essa Kombi? É da prefeitura, porra!

- Vô. É grande, cabe muita gente e sempre sonhei em ter uma Kombi. Sonho de menino. Só faltou ser movida a diesel. Adoro diesel!

- E que rolo você fez com o motorista do caminhão?

- Não interessa.



Berinaldo se aproxima do Ômega e verifica se o carro está em boas condições. Aparentemente o carro estava inteiro, mas ele viu algo estranho no banco traseiro.



- Adílson...bicho, o que esse tapete enrolado tá fazendo no meu banco traseiro?

- [Tirando o tapete e levando para a Kombi] Não interessa.

- Tá nervosinho, é?

- Não, tô calmo. Mas aí, teu carro tá inteirão. Agora vê se não me enche o saco até o fim da semana! Aproveita e me passa o endereço daquela macumbeira que você vai. Quero bater um lero com ela.

- Você vai agora?

- É.

- Tem que marcar antes.

- Quem marca visita é mulher em cabelereiro. Sou homem. Passa o endereço dessa porra.

- Caralho...Me passa um papel. Você não vai decorar de cabeça.

- [Pegando papel e caneta na Kombi] Taí.

- [Anotando o endereço] E o que você vai fazer na Dona Vilmara?

- [Olhar furioso] ...

- Tá, "não interessa". Tá bom...

- Tô indo. Fica na miúda.



Adílson entra na Kombi e acelera pela rua cantando pneu.



Três horas mais tarde Adílson chega no terreiro de Dona Vilmara. Era uma casa simples, localizada num bairro pobre. Adílson estava nervoso, pois o endereço era complicado de achar e ele demorou um bocado para chegar até ali. Com o tapete enrolado nos ombros, Adílson entra na casa abrindo a porta com um chute. Ele dá de cara com uma pequena sala de estar, onde várias pessoas aguardavam para serem atendidas por Dona Vilmara.



- [Adílson] AQUI É A CASA DA DONA VALMEIRE?



As pessoas, assustadas, ficam em silêncio. Um senhora de idade bem magrela se aproxima.



- Por favor, fale baixo! Isso aqui é uma casa de santo e a Dona Vilmara está atendendo uma pessoa. Será que você pode esperar? E ninguém aqui quer comprar tapete!

- Não tô vendendo, porra. Onde ela atende?

- Naquela salinha ali. Agora se o senhor puder esperar a gente agradece.

- Diz que é urgente. Fala que sou primo do Berinaldo.



Adílson se senta em uma cadeira de plástico e larga o tapete no chão. As pessoas olhavam pra ele sem entender nada. Duas pessoas ficam com medo e vão embora.



Uns 50 minutos se passam. A senhora magrela chama Adílson para falar com Dona Vilmara. Adílson se levanta e bota o tapete no ombro.



- [Senhora magrela] Olha, a Vilmara disse que vai te atender porque você falou que era urgente. Ela só atende com hora marcada e...

- Me chupa. E vendedor de tapete é o puto do teu pai!



A senhora magrela emudece. Adílson entra na salinha de Dona Vilmara e larga o tapete no chão.



- E aí, Dona Valneide?

- Meu nome é VILMARA. Dona Vilmara.

- Ah, tudo nome de puta! Mas bora ao que interessa.

- QUEM VOCÊ PENSA QUE É? VOCÊ SABE QUEM EU SOU?

- Desce do salto, madame! Peraí...



Adílson se agacha e desenrola o tapete. Ao desenrolá-lo aparece o corpo de uma garota semi-nua com o pescoço quebrado. A garota estava toda roxa.



- Valdira, tive um problema com essa moça ontem. Ela apareceu na minha casa de repente e me assustou. Dei um tapa e ela desmaiou. Mocinha fraca, né?

- [Olho arregalado] Meu filho, essa moça tá morta!

- Que mané morta! Ela só desmaiou. Olha só.



Adílson tira um pêlo do bigode e joga no corpo da garota. Ela treme por uns instantes, começa a babar e depois fica imóvel novamente.



- [Vilmara] O QUE VOCÊ FEZ?!

- Joga o búzio que você vai descobrir. Meu bigode é iluminado.

- [ Jogando os búzios] NÃO É POSSÍVEL! EU NUNCA VI ISSO! EM UM BIGODE?!?

- É. Mas meu bigode não tem força pra acordar a menina. Faz aí qualquer coisa que eu te pago.

- [Olhando para os búzios] Meu filho, v-você...você é uma força ruim!!! Você nem devia pisar no meu terreiro! E...VOCÊ MATOU ESSA MENINA! O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA?

- Sei lá, porra! Deixa de drama e chama uma entidade aê pra levantar a menina. Ela só precisa de um empurrão e tá zerada! Chama qualquer uma.

- Você tá louco?

- Vai fazer ou não vai?

- NÃO TEM COMO! ELA TÁ MORTA! NENHUMA ENTIDADE VAI LEVANTAR UM DEFUNTO!

- Saco. Tá, eu resolvo sozinho isso aqui.

- Vou ligar pra polícia!

- Nem tenta. Mas aí, antes de eu vazar, me faz outro favor.



Adílson tira um volante da loteria e uma caneta.



- Joga os búzios aí e me diz quais números vão cair na Loto. Se eu ganhar eu racho o prêmio contigo.

- Meu filho, você tá me gozando? Não é assim que funciona o búzio! Você tá desrespeitando uma casa de santo, sabia? Nem o caboclo do seu bigode vai te proteger dessa sua grosseria! SAIA DAQUI!

- Porra, mas que casa de santo mais chulé. Tomá no cu...

- SAIA JÁ DAQUI OU EU CHAMO A POLÍCIA!

- Vai chamar porra nenhuma.



Adílson tira um pêlo branco do bigode, dá uma lambida e o joga em cima dos búzios. Os santinhos que estavam em volta começam a pegar fogo. Os búzios saltam fora da mesa como pipoca. A água que estava em um copo começa a ferver. As paredes racham. Adílson enrola a garota no tapete e o coloca nos ombros.



- Dona Valdirene, agora você conversa com ele. Se vira aí. Inté.

- [Com as mãos na cabeça] MEU DEUS! MEU DEUS!!!



Adílson sai calmamente da salinha. A senhora magrela o segura pelo braço.



- O que aconteceu lá dentro? Eu ouvi a Dona Vilmara gritar!

- Aconteceu nada. Olha, eu tô achando esse tapete da sala meio detonado. Quer esse de presente?

- Bom, é...

- [Soltando o tapete no chão] Toma aí! É de vocês. Espera pra desenrolar amanhã. Falou.



Adílson bota a mão no bolso e tira seus cartões xerocados. Ele sai distribuindo para os presentes.



- Rapeize, vendo Maguila Grill e instalo em casa! Também arrumo parte elétrica, lavo sofá e mais um monte de coisa. Guardem meu cartão. Qualquer coisa é só me ligar.



Adílson sai do terreiro e entra na Kombi da prefeitura. De longe dava para ouvir os gritos de Dona Vilmara. Várias pessoas saíam desesperadas do terreiro e corriam pela rua gritando. Adílson liga a Kombi e acelera pela pista.



Continua...

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk ....

    mermão ta os bixo viu essa história to doido pra ver a parte 4 kkkkkkkkkk
    e o fim tbm ....

    Diego tu é o cara !

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  2. num sei com como essa nega nua num ja tava podre homi i é michel jackson é ? mkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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